segunda-feira, 28 de maio de 2012

Exercício 4 - Sentindo a Aura


      Como no exercício 2, sensibilize suas mãos esfregando-as, mas em vez de colocar as palmas voltadas uma para outra, coloque seus braços de forma que as palmas fiquem voltadas para fora, como se estivesse sinalizando para alguém parar.

 Fique em pé em uma extremidade da sala enquanto seu parceiro fica na outra extremidade. Feche seus olho-se lentamente caminhe em direção ao seu parceiro, o qual deverá guiá-lo caso você saia do caminho correto. Da mesma forma que você podia sentir a energia entre suas palmas, você está procurando um sentimento semelhante quando alcançar o limite do campo de energia de seu parceiro.

Mantenha seus olhos fechados, mas observe vários níveis de energia que sente. Caminhe para trás e para a frente para explorar mais a sensação.

 Repita o exercício, dessa vez com os olhos abertos. Pare onde você sentir a primeira camada de resistência. Faça com que seu parceiro erga suas mãos bem para frente, estendidas. Geralmente o perímetro da aura é um comprimento de uma mão além do alcance de um de um braço da pessoa. 

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Leitura - Saturno (Cronos)

Segundo filho de Urano e da antiga Vesta, ou do Céu e da Terra, Saturno, depois de haver destronado o pai, obteve de seu irmão primogênito, Titã, o direito de reinar em seu lugar. Mas Titã impôs uma condição: a de Saturno fazer morrer toda a sua posteridade masculina, a fim de que a sucessão ao trono fosse reservada aos seus filhos. Saturno esposou Rea, de quem teve muitos filhos, os quais devorou avidamente, conforme combinara com o irmão. Além disso, sabendo que um dia ele próprio seria derrubado do trono por um de seus filhos, exigia que sua esposa lhe entregasse os recém-nascidos. Entretanto, Rea conseguiu salvar Júpiter, que já grande, declarou guerra ao pai, venceu-o e, depois de o haver tratado como fora Urano por seus filhos, afastou-o do céu. Assim a dinastia de Saturno continuou em prejuízo daquela de Titã.

Saturno teve três filhos de Rea que esta conseguiu esconder: Júpiter (Zeus), Netuno (Posêidon) e Plutão (Hades), e uma filha, Juno (Hera), irmã gêmea e esposa de Júpiter. Alguns autores acrescentam Vesta, deusa do fogo, e Ceres, deusa das searas, ao número de filhas de Saturno e Rea. Saturno teve com muitas outras mulheres um grande número de filhos, como, por exemplo, o centauro Quíron, filho da ninfa Filira, o mentor da maior parte dos heróis gregos.

Conta-se que Saturno, destronado por seu filho Júpiter e reduzido à condição de simples mortal, foi refugiar-se na Itália, no Lácio, onde reuniu os homens ferozes, esparsos nas montanhas, e lhes deu leis. Seu reinado, embora represente o chumbo, foi a Idade do Ouro, sendo os seus pacíficos súditos governados com doçura. Foi restabelecida a igualdade de condições; nenhum homem servia a outro como criado; ninguém possuía coisa alguma exclusivamente para si; tudo era bem comum, como se todo mundo tivesse tido a mesma herança. Para lembrar esses tempos felizes celebravam-se, em Roma, as Saturnais. Essas festas, cuja instituição remontava a um passado muito além da fundação da cidade, consistiam sobretudo em representar a igualdade que primitivamente reinava entre os homens. Começavam as Saturnais no dia 16 de dezembro de cada ano; a princípio só duravam um dia, mas ordenou o Imperador Augusto que durassem três; Calígula aumentou-lhes vinte e quatro horas. Durante essas festas o poder dos senhores sobre os escravos era suspenso, e estes tinham inteiramente livres a palavra e as ações. Tudo era prazer, tudo era alegria; nos tribunais e nas escolas havia férias; era proibido empreender uma guerra, executar um criminoso ou exercer outra arte além da culinária; havia troca de presentes e suntuosos banquetes eram realizados. De mais a mais, todos os habitantes da cidade paravam as suas tarefas e toda a população se dirigia ao monte Aventino para respirar o ar do campo. Os escravos podiam criticar os defeitos dos senhores, fazer-lhes caçoadas e, nesses dias, eram os senhores que serviam os escravos à mesa.

Em grego, Saturno é designado pelo nome de Cronos, que quer dizer "tempo". A alegoria é transparente nessa fábula de Saturno; esse deus que devora os filhos é, diz Cícero, o Tempo. O Tempo que se não sacia dos anos e que consome todos aqueles que passam. A fim de contê-lo, Júpiter o acorrentou, ou seja, submeteu-o ao curso dos astros, que são como laços que o prendem, isto é, sujeitou-o ao Destino, pois no Tempo é que este último desempenha sua tarefa, e sem o jugo jupiteriano seria impossível, ademais, que o Destino cumprisse sua tarefa.

Os cartagineses ofereciam a Saturno sacrifícios humanos; as vítimas eram crianças recém-nascidas. Em Roma, o templo elevado a esse deus no Capitólio foi depósito do tesouro público, em lembrança de que no tempo de Saturno, na Idade do Ouro, não se cometiam furtos. Sua estátua permanecia amarrada com correntes, que só eram retiradas em dezembro, durante as Saturnais.

Saturno era geralmente representado como um velho curvado ao peso dos anos, erguendo na mão uma foice para mostrar que preside o tempo. Em São Paulo, no muro externo do cemitério do Araçá, há uma escultura que o representa velho com a ampulheta aos pés para recordar aos passantes que Tempus fugit(o tempo passa). Em muitos monumentos, é apresentado com um véu, sem dúvida porque os tempos são obscuros e cobertos de um segredo impenetrável, que só o Destino ou Fado pode desvendar. Com um globo na cabeça representa o planeta Saturno. Em uma gravura etrusca é representado com asas e a foice pousada sobre um globo; é assim que representamos sempre o Tempo.

Em seu Estudos de Iconologia - Temas Humanísticos na Arte do Renascimento, Panofsky assim se expressa:

"Na arte do Renascimento e do Barroco, o Pai Tempo tem geralmente asas e está quase sempre despido. A foice e a gadanha, os seus atributos mais freqüentes, são por vezes acompanhadas - ou substituídas - por uma ampulheta, uma serpente ou dragão mordendo a cauda, ou o zodíaco; e, nalguns casos, anda de muletas.

Algumas das características destas imagens mais elaboradas podem encontrar-se em representações clássicas ou da Antigüidade tardia da idéia de Tempo; mas nenhuma das combinações específicas que constituem tipo do Pai Tempo no sentido moderno da palavra se encontram na arte antiga. Nela encontramos, grosso modo, dois tipos principais de concepções e de imagens. Por um lado, existem as imagens do tempo como 'Kairos', ou seja, o momento breve e decisivo que marca um ponto crucial na vida dos seres humanos ou no desenvolvimento do Universo. Este conceito era ilustrado pela figura conhecida vulgarmente como a Oportunidade. A Oportunidade era representada por um homem (a princípio nu) num movimento de fuga, normalmente jovem e nunca muito velho, apesar de o tempo ser às vezes chamado 'de cabelos grisalhos' na poesia grega. Estava provido de asas nos ombros e nos tornozelos. Os seus atributos eram uma lança, originalmente em equilíbrio no gume da uma faca, e, num período mais tardio, uma ou duas rodas. Além disso, a sua cabeça exibia amiúde a proverbial madeixa pela qual se pode apanhar a Oportunidade, calva. Foi devido a este carácter obscuramente alegórico que a figura de Kairos ou Oportunidade atraía o espírito dos fins da Antigüidade e da Idade Média. Sobreviveu até o século XI e depois tendeu a fundir-se com a figura da Fortuna, fusão favorecida pelo fato de a palavra latina para Kairos, ou seja, occasio, ser do mesmo gênero que fortuna.

Por outro lado, uma idéia exatamente contrária à de Kairos também é representada na arte antiga: refiro-me ao conceito iraniano do Tempo como 'Aion', ou seja, o princípio ativo da criatividade eterna e inesgotável. Estas imagens ou estão relacionadas com o culto de Mitra, caso em que mostram uma figura severa e alada com cabeça e garras de leão, estreitamente envolvida por uma grande serpente e levando uma chave em cada mão, ou representam a divindade órfica conhecida normalmente como Fanes, caso em que mostram um belo jovem alado, rodeado pelo zodíaco e provido com muitos atributos de poder cósmico, (também ele está rodeado pelos anéis de uma serpente).

Em nenhuma dessas representações antigas encontramos o relógio de areia, a foice ou a gadanha, as muletas ou qualquer outro sinal característico de velhice. Por outras palavras, as imagens antigas do Tempo são caracterizadas quer por símbolos duma velocidade fugaz de equilíbrio precário, quer por símbolos de poder universal e fertilidade infinita, mas não por símbolos de decadência ou destruição. Como foram então introduzidos estes atributos específicos do Pai Tempo?

A resposta reside no fato de a expressão grega para o tempo, Chronos, ser muito parecida com o nome Kronos (o Saturno romano), o mais velho e o mais temido dos deuses. Como patrono da agricultura trazia geralmente uma foice. Como o mais velho membro do Panteão grego e romano, era profissionalmente velho e, mais tarde, quando as grandes divindades clássicas foram identificadas com os planetas, Saturno foi associado ao longínquo e mais lento de todos".
A Saturno foi dedicado o sábado (Saturni dies). 


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sábado, 26 de maio de 2012

Leitura - Os Chakras

Os chakras são centros energéticos e psíquicos dos corpos físico e sutil. Estes estão em constante atividade, embora sua presença nem sempre seja percebida conscientemente. A palavra sânscrita chakra pode ser traduzida por roda, círculo ou movimento. De acordo com os ensinamentos e as representações pictóricas desses centros de energia, pode-se afirmar que eles são formados por um centro com pétalas. É pelos chakras que transitam e se movem as energias sutis do corpo.

A Teosofia explica que os chakras estão localizados no duplo etérico, ou seja, numa linha externa ao corpo físico. Assim, os chakras atuam como centros de energia entre os corpos físico e astral. No Tantra e Budismo os chakras estão localizados dentro e fora do corpo (duplo etérico), já a Kundalini, energia da vida e do desejo conhecida também como libido e que ativa os chakras se movimenta dentro do corpo físico.

Normalmente, os chakras são pequenos, não apresentando mais do que 5 centímetros de diâmetro. Com a prática de mantram, yoga, meditação e mantra, os chakras aumentam de tamanho e sua luz se expande. Sua aparência pode ser descrita como circular, luminosa, tal qual um "CD" musical girando. Cada um tem uma cor, mantram e elemento que o estimula. Seu movimento é ininterrupto. Os sete chakras principais estão associados ao sistema glandular do corpo físico. Além disso, os chakras também funcionam como centros de captação, contenção e distribuição de energia para todos os corpos. É importante ressaltar que os chakras mais conhecidos e os mais importantes são os sete de que tratemos a seguir. Entretanto, sabemos que existem outros chakras espalhados pelo corpo.

Os sete principais estão localizados ao longo da coluna vertebral, dispostos verticalmente. Cada chakra atua em funções específicas, mediante o recebimento de energias internas e externas. Estão divididos em três grupos: Inferior, Médio e Superior. Temos também 3 nós a serem rompidos ou desatados, que estão localizados no primeiro, no quarto e no sexto, chakra que ordena a subida da kundalini. Os inferiores, mais associados à matéria, são o Muladhara, o Swadhistana e o Manipura. O Médio, ou Intermediário é o Anahata, associado aos sentimentos. E os Superiores são o Vishuddha, o Ajña e o Sahashara, que estão associados ao mental e a iluminação. Os chakras nunca param de girar e em sua rotatividade obedecem ao sentido horário ou anti-horário, dependendo da qualidade energética de cada indivíduo.

Quando em rotação horária, o movimento é destrógeno (destro), para direita e se caracteriza por:

- Possuir força centrífuga (para fora).
- Ser menos suscetível a influências externas.
- Não carregar miasmas.
- Ser um polo irradiador (de dentro para fora).
- Produzir siddhis (intuição).
 


Quando em rotação anti-horária, o movimento é sinestrógeno (sinistro), para esquerda. Possui as seguintes características:

- Sua força é centrípeta (para dentro).
- Capta energia externa, mantendo o corpo aberto.
- Mediunidade e sensitividade.
- Sensibilidade ao ambiente.
- Aptidão para fazer diagnósticos precisos, se for bom médium.
- Poder de captação (carrega miasmas).
 


Quem perde muita energia, sobrevive da energia dos outros (vampirismo).

Existem muitas práticas que fazem o chakra girar em sentido horário e anti-horário. Temos que tomar cuidado para não misturar essas práticas.

É importante fazer com que eles movimentem-se cada vez mais depressa. Para que isso ocorra, são necessárias consciência e práticas que estimulam os chakras.

Método interno: despertar kundalini através de yoga, mantram ou maithuna (ato sexual sacralizado).
Método externo: passe magnético, massagem, acupuntura, moxabustão, gemoterapia (pedras), cromoterapia (cores).

O sexto Chakra pode ser mais estimulado que os demais pelo mantra om, pois possui uma força que estimula e atrai a subida da kundalini.


Muladhara Chakra

Significado do Nome: Fundação, ou suporte da base. Estrutura da base, fecundação.
Nome em Português: Chakra Básico. Aqui o nome é somente para facilitar a leitura, com informações retiradas de livros populares.
Localização: Localizado nos órgãos genitais e na pélvis, relacionado com as gônadas (glândulas sexuais), governa o sistema reprodutor. Este chakra anima a substância do corpo físico, o poder e o instinto de sobrevivência. É a ligação com a terra. Concentra as energias da Kundaliní, que uma vez despertadas progridem coluna acima, seguindo um padrão geométrico similar ao padrão apresentado na dupla hélice das moléculas de DNA que contém o código da vida.
Aspectos a serem compreendidos: Sobrevivência, alimento, conhecimento, auto-realização, valores (segurança financeira), sexo (procriação), longevidade e prazer.

Influências:

Desequilíbrio no Físico: Anemias, resfriados, sexualidade reprimida ou excessiva, frigidez, impotência, insuficiência renal, fadiga, dores nas articulações, dores lombares e nas pernas, pressão alta ou baixa, problemas de coluna, osteoporose, falta de energia, prisão de ventre, diarréia, colite, apendicite, etc.
Emocional equilibrado: Impulso para agir, consciência instintiva básica, força, agressividade controlada, coragem, afeição, criatividade, generosidade, capacidade de sentir prazer, pessoa sensata, segura e estável, habilidade em prover o necessário para vida e capacidade de cuidar de si.
Emocional desequilibrado: Egocentrismo, agressividade, preocupação, inexatidão, indolência, extravagância, não permite o prazer, pessoa sem vida, desanimada, confusão de interesses, insatisfação, medo, timidez, insegurança, histeria, paixões fortes, aspereza, dificuldade em lidar com finananças, medo de arriscar-se, apego material, tabus sexuais.
Forma geométrica: quadrado, possuindo grande relação ao conhecimento ligado à terra, às quatro dimensões e às quatro direções.
Cor: vermelho em brasa para tonificar. É a cor mais quente e densa. Aquece e estimula a circulação. Estimula o fluido da medula espinhal e o sistema nervoso simpático; energiza o fígado, estimulando os nervos e músculos. Vitaliza e organiza o corpo físico. Violeta, azul ou rosa para sedar este chakra.
Alimentos que estimulam o chakra: Agrião, berinjela, beterraba, tomate, morango.
Gemas: Rubi, jaspe-vermelho, cornalina vermelha, rubelita, granada vermelha, ágata vermelha.
Mantra: Lam.
Elemento: Terra - o mais denso dos elementos, pois é uma mistura dos 4 elementos: água, fogo, ar e éter.
Fase da vida: Desde a união do espermatozóide com o óvulo, até 7 ou 8 anos.
Funções: Um indivíduo dominado pelo chakra Muladhara geralmente dorme de dez a doze horas por noite, sobre o estômago. Este chakra Muladhara incluí os planos da origem, ilusão, ira, avidez, desilusão, avareza e sensualidade. Estes aspectos do primeiro chakra são inerentes à existência humana. O desejo de mais experiência e mais informação age como força motivadora, um ímpeto básico para o desenvolvimento individual.

O chakra Muladhara é o local da Kundalini enroscada, da Shakti vital, ou força energética. A serpente Kundalini está enroscada em torno do Lingam Svayambhu.

É o chakra onde nasce e reside a energia kundalini que se movimenta em espiral, pelas nadis, rios internos conhecidos por Ida e Píngala que distribuem por todo o corpo energia e o impulso de vida. É também o centro erótico do Ser.

Nadi Ida: canal esquerdo transportador das correntes lunares, natureza feminina visual e emocional, produção de vida, energia materna, respiração esquerda que proporciona estabilidade para a vida. A narina esquerda é aberta durante o dia, equilibra a energia solar criando um equilíbrio para si, tornando-nos mais relaxados e mais alertas mentalmente.
Nadi Píngala: canal direito transporta correntes solares, natureza masculina, depósito de energia destrutiva, também purificador, a narina do lado direito é de natureza elétrica masculina, verbal e racional. Torna o corpo físico mais dinâmico, (eficiente e ativo durante horas noturnas, aumentando a saúde). Quando um casal tem um orgasmo sexual, sem repressão e com consciência; em algumas vezes, elevam a kundalini, nutrindo todos os chakras através de Ida e Píngala.


Swadhisthana Chakra
Significado do Nome: Lugar-Morada do Ser ou o "Fundamento de si próprio".
Nome em Português: Chakra Esplênico ou Umbilical.
Localização: Localizado na lombar e abaixo do umbigo, está relacionado com as glândulas supra-renais, regendo a coluna vertebral e os rins. Rege os rins, sistema reprodutor, circulatório e bexiga. As energias como a paixão, sensualidade e a criatividade são manifestadas através deste chakra.
Aspectos a serem compreendidos: Poder de seduzir criatividade e relacionamento.

Influências:

Desequilíbrio no Físico: desarmonia dos rins, fígado, pâncreas, vesícula e bexiga. Alergias alimentares, problemas menstruais, distúrbios gástricos e intestinais, perda da vitalidade, dores lombares, no sacro e cóccix.
Emocional Equilibrado: União sexual prazeirosa, alegria instintiva, capacidade de planejamento, coragem de viver, paixão, habilidade em relacionar-se, jogo de cintura, flexibilidade, auto-aceitação e paixão pela vida.
Emocional Desequilibrado: Medo, incapacidade de construir, distração, raiva, ódio, inveja, insegurança, falta de paixão, tristeza, manipulação e apego, dependência emocional, vícios e auto-destruição.
Forma Geométrica: Círculo. Representa a forma crescente da lua.
Cor: Laranja - tonifica; é uma cor acolhedora e estimula a alegria. É uma cor social que traz otimismo, expansividade e equilíbrio emocional. Traz confiança e automotivação. Azul ou verde para sedar.
Alimentos que estimulam o chakra: Abóbora, cenoura, milho, laranja, manga, caqui.
Gemas: Quartzo laranja, calcita laranja, topázio, cornalina laranja.
Mantra: Vam.
Elemento: Água - forma circular - três quartos da Terra são cobertos de água, (planeta água) três quartos do peso de uma pessoa são de água - a essência da vida. Os sons da água ampliam a vibração desse chakra.
Fase da vida: de 8 à 14 anos.
Funções: Energia de criatividade e impulso emocional; é o centro da procriação, manifesta-se sexualmente, mas sob o aspecto de sensação e prazer; fantasias e desejos sexuais. É representado por uma lua crescente. Neste chakra inicia-se a expansão da personalidade. Centro da purificação.


Manipura Chakra

Significado do Nome: Cidade das Gemas ou Cidade das pedras preciosas.
Nome em Português: Chakra Plexo Solar.
Localização: Localizado um pouco acima do umbigo. Rege o pâncreas. A área de influência deste chakra é o sistema digestivo: estômago, fígado e a vesícula biliar, além do sistema nervoso.
Aspetos a serem compreendidos: Escolhas do que você quer. Individualidade e poder pessoal (como você se vê), sua identidade no mundo.

Influências:
Desequilíbrio no Físico: Má digestão, diabetes, toxinas, úlceras e hérnias, gastrites e problemas de assimilação dos alimentos. Hipocondria, câncer no intestino e anorexia ou bulimia.
Emocional Equilibrado: Impulso para vivenciar as emoções, colocar-se expressando suas próprias qualidades, vontade de liderar, amor a vida, aptidão para experimentá-lo com plenitude, propósitos definidos de ações, intuição, ternura e boa vontade. Auto-estima, confiança e alegria.
Emocional Desequilibrado: Ansiedade, egoísmo, vaidade, ciúme, preconceitos, ira, timidez, intransigências, abuso de poder, impaciência, preocupação. Não sabe dizer não. Desconfiança, arrogância e baixa auto-estima.
Forma Geométrica: Triângulo invertido, sugerindo o movimento descendente da energia.
Cor: Amarelo dourado para tonificar.
Alimentos: Manteiga, gema do ovo, cenoura, batata doce, abóbora, banana, abacaxi, melão, pêssego, limão.
Gemas: Citrino, topázio, cornalina amarela.
Mantra: Ram (lê-se o "R" com em vidro) - o principal ponto de concentração durante a produção deste som é o umbigo. Traz longevidade.
Elemento: Fogo auxilia a digestão e a absorção do alimento fornecendo a energia vital.
Fase da Vida: De 14 à 21 anos.


Anahata Chakra

Significado do Nome: "Intocado" ou "O Som não produzido" (batidas do coração).
Nome em Português: Chakra Cardíaco.
Localização: Situa-se na região do tórax e está conectado com a glândula timo, responsável pelo funcionamento do sistema imunológico. É o chakra do coração, centro energético do amor.
A elevação das energias do chakra do plexo solar até o coração acontece em indivíduos que estão desenvolvendo a capacidade de pensar e atuar em termos de coletividade. As doenças do coração, sistema circulatório e sangue podem ser tratadas através deste chakra.
Aspectos a ser Compreendidos: amor incondicional, compaixão, perdão, verdade e gratidão.

Influências:

Desequilíbrio no Físico: Doenças cardíacas, distúrbios de pressão, problemas pulmonares e bronquites. Sistema imunológico ineficiente e dor de cabeça.
Emocional Equilibrado: Amor próprio e pela humanidade, verdadeira compreensão da compaixão e benevolência, aceitação, bondade, disponibilidade para o perdão, ajuda ao próximo, sabedoria, conscientização do outro, assentamento na estrutura terrena, dá consistência e vitalidade as aspirações amorosas, pacificação, fé na vida e nas pessoas.
Emocional Desequilibrado: Depressão, angústia, desprezo, raiva e medo, apego ao apego, incapacidade de amar e se emocionar. Coração fechado, apego e depressão.
Forma Geométrica: Hexagrama - dois triângulos sobrepostos, um voltado para cima, simboliza Shiva, o princípio masculino. O outro triângulo, voltado para baixo, simboliza Shakti, o princípio feminino. Atinge-se o equilíbrio quando estas duas forças estão unidas em harmonia.
Cor: Rosa - amor incondicional / verde é dilatador de veias, artérias e músculos, usado para pressão alta, cateterismo. É relaxante do sistema nervoso, principalmente simpático e muscular, auxiliando nos casos de esgotamento, irritação e insônia; regula a pressão arterial, o sistema circulatório e estimula a glândula pituitária, normalizando a função das demais glândulas. Auxilia nos casos de febre, quando não se sabe a causa da infecção. Cria espaço no coração como o frescor da primavera, fazendo sentir-se renovado. Violeta e magenta (falta de energia) para tonificar.
Alimentos que estimulam o chakra: Frutas e verduras verdes (abacate, kiwi, maçã verde, uva, agrião, alface, escarola, brócolis).
Gema: Quartzo rosa, pirita, esmeralda.
Mantra: Yam - a concentração deverá estar centralizada no coração, desfazendo qualquer bloqueio na região cardíaca, proporcionando controle sobre a respiração.
Elemento: Ar - Auxilia o funcionamento dos pulmões e do coração. A estrela de seis pontas simboliza o elemento ar.
Fases da vida: 21 a 28 anos.
Funções: Intermedia os chakras superiores e inferiores; impulso de se abraçar a sua Verdade, ao Amor; reequilíbrio; altruísmo; compaixão. Este chakra se expande em todas as direções e dimensões, como uma estrela de seis pontas.


Vishuddha Chakra
Significado do Nome: Puro ou "Centro da Pureza".
Nome em Português: Chakra Laríngeo.
Localização: Localizado sobre a garganta, se comunica com a glândula tireóide. Está ligado à inspiração, a comunicação e a expressão com o mundo.
Aspectos a serem Compreendidos: Comunicação interna e externa - esclarecimento que conduz ao estado de consciência.

Influências:

Desequilíbrio no Físico: Laringite, faringite, problemas de tiróide e paratiróide, doenças mentais, distúrbios da fala, gagueira e surdez.
Emocional Equilibrado: Sensibilidade, criatividade artística, dom da palavra e do conhecimento, claraudiência, intelecto claro, independência, idealização, senso de planejamento, força de vontade, capacidade de tomar decisões.
Emocional Desequilibrado: Fobias, covardia, falta de criatividade, mentalidade e expressão tacanha, rude e pobreza de espírito, criticismo, preconceitos, atitudes extremamente racionais, pessoa que reclama o tempo todo, agressividade verbal e apego a crenças limitantes.
Forma Geométrica: Lua crescente.
Cor: Azul - atua como tranqüilizante na aura. É calmante do sistema nervoso, e equilibrador nos casos de obsessão. Traz quietude e paz mental, estimula a busca da verdade interna, a inspiração, criatividade, a fé e está associada à paciência e serenidade. Turquesa estimula a comunicação em público. Para tonificar, laranja e violeta.
Alimentos que estimulam o chakra: Ameixa preta, uva passa, amoras, peixes, aspargos, batatas.
Gemas: Safira azul, lápis lazuli, sodalita, azulita, ágata marinha, turquesa e calcita azul.
Mantra: Ham (lê-se o "H" como em help) - representa o som do corpo. Este som puro afeta o ouvinte, alterando os espaços de sua mente e de seu ser. Expansão do conhecimento nos dá Akasha, união de todos os elementos: terra, água, fogo e ar, estando bem refinados em sua mais pura essência.
Elemento: Ar, mas num sentido mais sutil, associado ao som (Mantram).
Fases da vida: 28 a 35 anos.
Funções: Auto conhecimento; felicidade; capacidade humana de planejamento. Segundo o Satchakra Virupana, "quem alcança o conhecimento mediante a concentração constante da consciência neste loto, converte-se num grande sábio e encontra a paz. O indivíduo se eleva e se purifica de todos os carmas; morre-se para o passado e nasce-se novamente para a realização da unidade".


Ajña Chakra

Significado do Nome: Autoridade, poder, comando intuitivo.
Nome em Português: Chakra do 3º olho ou frontal.
Localização: Localizado entre as sobrancelhas, se relaciona com a glândula pituitária.
Aspectos a serem Compreendidos: Intuição (fenômenos paranormais) e a consciência. Capacidade de se observar sem julgamento.

Influências:

Desequilíbrio no Físico: Rinites, problemas de ouvido, de olhos, surdez, tontura, enxaqueca. Cansaço e confusão mental.
Emocional Equilibrado: Percepção em relação ao universo que o cerca, entendimento do próprio caminho, percepção, intuição, fé e devoção, carisma, magnetismo, força, sabedoria, capacidade de concentrar-se e foco no objetivo.
Emocional Desequilibrado: Desconcentração, dogmatismo, vê a vida com limitação, arrogância, medo, perda da fé e sedução, delírios, egoísmo, obsessão, teimosia e apego a crenças impostas pela sociedade.
Forma Geométrica: Círculo (bindo).
Cor: Dourado para concentração, falta de memória. Violeta é tranqüilizante e calmante. Clareia e limpa a corrente psíquica do corpo e mente, afastando problemas de obsessão mental e psicose.
Alimentos que estimulam o chakra: Berinjela, beterraba, ameixa preta.
Gemas: Cristais brancos, ametista, sodalita e lápis lazuli.
Mantra: OM.
Elemento: Presença de todos os cinco elementos, com três gunas que são manas (mente), buddhi (intelecto), Ahankara e chitta (o ato de ser - o ser).
Fases da vida: 35 a 42 anos.
Funções: Austeridade; intuição; vidência; serenidade; pureza.

É o chakra sede das Faculdades do Conhecimento: Buddhi (conhecimento intuicional), Ahankara (eu), Indriyas (sentidos) e Manas (a mente). É representado por um triângulo branco simbolizando a yoni e no meio um lingam (órgão masculino). No centro do chakra está o yantra do som (símbolo) OM, o melhor objeto de meditação.

Meditando nesse centro o praticante "vê a luz"; como uma chama incandescente. Fulgurante como o Sol matutino claramente brilhante, reluz entre o "céu e a terra"- Satchakra Nirupana.


Sahasrara Chakra

Significado do Nome: Chakra das Mil Pétalas.
Nome em Português: Chakra Coronário.
Localização: Localizado no topo da cabeça. E o portal da espiritualidade, do reconhecimento de Deus/Deusa em nós e no outro.
Aspectos a serem Compreendidos: Iluminação.
Forma Geométrica: Círculo como a lua cheia.
Mantra: Sham.
Cor: Magenta e arco-íris.
Gemas: Ametista, quartzo branco, pirita.
Elemento: Todos os elementos, inclusive o éter, em suas forças mais sutis.
Funções: Iluminação; espiritualidade plena; transcendência; manifestação do Divino. Segundo o Satchakra Nirupana: "O Lótus das mil pétalas é a mais brilhante e mais branca que a lua cheia, tem a sua cabeça apontada para baixo. Ele encanta. Seus filamentos estão coloridos pelas nuanças do sol jovem. Seu corpo é luminoso, é aqui o objetivo final de Kundalini após ativar os outros chakras. O indivíduo que atinge a consciência do sétimo chakra realiza os planos da irradiação (torna-se iluminado como o sol), das vibrações primordiais, da supremacia sobre o prana, do intelecto positivo, da felicidade, da indolência".


Prática dos mantras dos chakras

Prática básica: sente-se com a coluna ereta, as pernas cruzadas e as mãos pousadas suavemente sobre os joelhos em jnãnã mudrá, unindo os dedos indicadores e polegares com a palma para cima se for dia e com as palmas para baixo se for de noite.

Entoe ou mentalize: Lam, Vam, Ram, Yam, Ham, Om e Sham nessa ordem várias vezes.

Prática intermediária: com a mesma postura acima entoe ou mentalize: Om Lam, Om Vam, Om Ram, Om Yam e Om Sham.

Prática adiantada: Om Lam (8x) - Om Vam (8x) - Om Ram (8x) -Om Yam (8x) - Om Ham (8x)Om (8x) - Sham (8x).


Esquema de Chakras e Nadis



Fonte: Espaço Holístico 



105ª Postagem ... Espero que vocês gostem!

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terça-feira, 22 de maio de 2012

Leitura - Mitologia da Oceania

Na mitologia da Oceania, o mar, o grande espaço que rodeia as reduzidas extensões das terras insulares é, junto com o céu, a origem preferida para os seus grandes deuses ou para as mais potentes forças criadoras. Onde a atividade vulcânica é mais freqüente, os deuses que se supõem encerrados no interior das crateras são a explicação favorita ao mistério da vida e da morte.

Em geral, embora exista uma ligação básica animista e predomine o politeísmo e a tolerância aos cultos importados, cada zona geográfica - Austrália, Melanésia, Micronésia e Polinésia - e cada grupo de ilhas desenvolveu uma crônica legendária própria, com a natural inter-ligação devida à comum origem e aos contatos mais ou menos continuados, à qual se une uma muito peculiar série de ritos mágicos e de proibições rituais - o tabu - que complementam cada uma dessas teorias mitológicas.


Uma Constante Animista

Em toda a Oceania, especialmente na Melanésia, o animismo é o sistema de crenças mais importante. Este sistema animista, como apontava Sir James G. Fraser, que realizou um dos melhores estudos da zona, é a demonstração de que aqui a magia dominou a religião e venceu-a em toda a linha. Porque o ser humano, ao sentir-se impotente perante as forças da natureza, ao não poder aceder ao seu controle, ou pelo menos, ao não poder prever o seu desenvolvimento, trata de improvisar um ritual que lhe dê a possibilidade de recuperar parte da confiança perdida.

O animismo tem duas notas peculiares: o particularismo e o ceremonialismo. Tenta-se trabalhar a alma, o espírito particular, individual e definido, de cada um dos elementos sobre os quais se deseja atuar e, ao considerar a sua personalidade espiritual, se quer descobrir a maneira de agradar ou atemorizar o espírito em questão. Para isso, o pretendido conhecedor dessas almas desenvolve a cerimônia que melhor lhe parece que pode resultar, de acordo com a sua intenção.

Neste caso, resulta claro que não há necessidade de mediador, de sacerdote, porque as regras se vão criando segundo aparece a necessidade correspondente. O espírito da coisa, do animal, ou do fenômeno em questão, é uma alma concreta e o praticante também o é; portanto, a cerimônia animista é uma conversa, um contato pessoal entre o espírito e o demandante, que se ajuda com a magia que ele conhece, que aprendeu dos seus maiores ou que intuiu que é a mais indicada para essa alma, a melhor para essa ocasião concreta.


O Animismo Hoje

Temos um interessante exemplo atual deste culto animista na Papua Nova Guiné, a metade independente da ilha de Nova Guiné, com uma extensão de perto de meio milhão de quilômetros quadrados e uma escassa população, pouco mais de três milhões de habitantes; ora bem, neste novo país, no qual apenas três por cento da população se declara oficialmente não cristã, existe o culto animista mais moderno que se conhece. Começou com a chegada dos europeus e a sua exibição de grandes embarcações, das quais desciam portentosas maquinarias, instrumentos e bens, até a essa altura desconhecidos para os papus (nome malaio que se refere ao cabelo encrespado dos aborígenes).

Pois bem, desde a Segunda Guerra Mundial, num momento em que os papus assistiram a um portentoso incremento de transportes militares na sua ilha, Papua viu como se acelerava e se institucionalizava o culto da carga (Cargo Cult), com cerimônias particularizadas na espera dos papus para que cesse a intervenção maléfica do homem branco, o estrangeiro que muito bem sabem que foi quem desviou a carga a eles destinada, primeiro nos barcos e agora nos aviões; no ritual coletivo deste culto oficia-se através de modelos de aviões feitos ingenuamente em madeira, com os quais se invoca os de verdade; a cerimônia desenvolve-se periodicamente nas imediações do aeroporto da capital, em outra maquete ritual do aeroporto de Port Moresby, precisamente para fazer com que a magia atue em substituição, ao ser evidente que os aborígenes não têm o poder nem os meios técnicos necessários para reclamar pela força essa carga tão ansiada que exigem.

Com certeza, se afirma que não há signos de que este culto tenha remetido com a passagem do tempo, ao contrário, cada dia parece mais estabelecido e melhor definido. Mas, ao mesmo tempo que existe este culto moderno, se continua julgando que Kat foi o herói que trouxe a noite aos humanos. A magia, em toda a Oceania, se assimila a uma forma de defesa perante a realidade e a sua última conseqüência, a magia destrutiva é simplesmente uma arma utilizada pelo oficiante num ato de legítima defesa para destruir o inimigo, que não se pode parar doutro modo, mas esta magia destrutiva só reveste o inofensivo aspecto (para nós, que não temos a maldição) de um sortilégio pronunciado com todas as condições prescritas pelo ritual.


O Totemismo, O Outro Pilar

Uma visão especialmente significativa foi a que obteve da Austrália o grande sociólogo Emile Durkheim, que descreveu na sua obra "As formas elementares de vida religiosa" (1915) tudo o que pôde observar sobre o totemismo na Austrália, nos núcleos de população indígena, definindo esse totemismo com uma forma de pensamento que concebe os seres humanos como outra das diversas partes integrante duma única natureza. No totemismo, a vida inteira é uma unidade, e a vida religiosa, a crença, está tudo encadeado ao conjunto universal.

As cerimônias são a parte mais importante desta forma de crença e, mais ainda, as grandes cerimônias (como em todas as religiões estabelecidas) são também outra forma direta de explicar a sociedade; por isso, nos escassos grupos aborígenes que vivem no interior da Austrália, ainda se podem encontrar grandes ritos onde a presença da mulher está vetada. Esta proibição é outra forma de acentuar a diferença social entre homens e mulheres. Estas, por sua parte, também tinham e têm cerimônias exclusivas e separadas, como separada na sua vida civil.

Naturalmente, trata-se duma sociedade em que a poligamia era uma forma habitual de construção familiar, com um número de esposas variável dentro do continente australiano, mas oscilando entre um mínimo de duas ou três e um máximo de vinte e nove entre os tiwi. No estabelecimento do número de esposas, o critério mais importante era o dos meios de que dispunha o cabeça de família e, como em todas as poligamias, a primeira ou primeiras esposas eram as que pediam que se tomassem novas, dado que a incorporação de esposas jovens descarregava de trabalho as existentes e se traduzia num aumento da potência econômica do grupo familiar.


Práticas Totémicas da Austrália

Entre as práticas religiosas próprias da Austrália é possível encontrar em Arnhem verdadeiros cantores tradicionais do ritual da "alcovitagem", oficiantes em transe que recitam o que os espíritos lhes estão comunicando no seu especial diálogo pessoal. Mas a prática totémica mais representativa do território Ananda, na Austrália, está nos Tjurunga, os objetos sagrados elaborados sobre pedras ou peças de madeira, com decoração e linguagem sagradas, feito à base de incisões rituais. Outros ritos totêmicos de Arnhem foram desde tempo imemorial os maraiin e os rangga.

Os primeiros eram representações realistas de pessoas, animais, plantas e objetos; os rangga eram postes cerimoniais. Mas tudo isso construído sem nenhuma ideia de permanência, dado que se tratava de objetos que se sabiam perecedouros, porque só estavam destinados a servir de mensagem ritual nessa ocasião concreta.

No totemismo, a preocupação transcendental dos seres humanos centra-se unicamente em dois pontos: em primeiro lugar, que as estações não interrompessem a sua habitual sucessão nem variassem na sua forma climática; depois, que a vida mantivesse também o seu ritmo habitual e que decorresse com a continuidade esperada, isto é, que os seres vivos pudessem continuar vivendo tranqüilamente, como sempre se tinha vivido, dentro das coordenadas conhecidas através de gerações, sem que se tivesse que sofrer por conseqüência de alguma mudança inesperada e não desejada.


A Fácil Entrada dos Europeus

Na Oceania, o homem branco que acaba de chegar à zona não encontra oposição alguma, nem à sua presença nem às suas ideias. Só os fortes núcleos maoris da Nova Zelândia, os habitantes mais guerreiros de toda a Oceania, se enfrentam aos recém-chegados homens brancos e fazem-no durante um longo período, sem se importarem com as numerosas baixas causadas por um inimigo melhor armado e ainda melhor informado.

São duas as causas desta aceitação tão rápida, à parte do caráter aberto dos diferentes grupos de população estabelecida. Nas ilhas de menor tamanho e população da Polinésia e, sobretudo nas Havai, torna-se evidente a superioridade dos recém-chegados e os habitantes, com um pragmatismo admirável, preferem seguir em tudo os ditados dos europeus, até no concernente às suas diversas doutrinas cristãs que trataram com eles, para tomarem todo o tempo necessário, até chegarem a estabelecer a forma mais conveniente de atuar depois.

Por outra parte, na Melanésia, a cor pálida das peles européias está relacionada com a morte, com os sagrados espíritos dos mortos. É esse aspecto esbranquiçado o que torna os homens brancos respeitáveis aos olhos dos melanésicos e, em conseqüência, se acata a sua presença e se obedecem as suas ordens, porque são a gente vinda do mais-além, não só do outro lado do mar e, para maior evidência, o poder que emana deste heterogêneo, mas decidido grupo de marinheiros, penados, soldados, traficantes, missionários e aventureiros, com as suas grandes e até a essa altura desconhecidas embarcações, as suas armas de fogo e as suas inexplicáveis posses e energias, só faz reforçar o primeiro conceito de que pertencem a um grupo diferente de seres sobrenaturais, pelo menos.


Mitos Comuns

Há muitos pontos comuns na mitologia dos diferentes agrupamentos insulares da Oceania. Mas, naturalmente, as coincidências são tantas como as discrepâncias e as peculiaridades de cada etnia ou grupo, digamos nacional, sobretudo porque a enorme dispersão geográfica torna impensável que, embora se partisse da mesma raiz religiosa, fosse possível conservar inalterada a essência após pouco mais de um par de gerações, principalmente na cultura de transmissão oral, na qual três gerações é o máximo passado que se pode estabelecer com precisão cronológica. Portanto, a característica primeira da mitologia de toda a região da Oceania é que se misturam com facilidade os cultos gerais da zona com os desenvolvidos localmente, sem que exista absolutamente nenhuma colisão ou oposição a esse casamento.

Um dos seres legendários e semi-divinizados que aparece com maior freqüência nas diferentes áreas é Maui ou, mais exatamente, Maui-Tiki-Tiki, que é o herói legendário, o ser divinizado de origem um humano pescador. Foi capaz de realizar o descobrimento do fogo. E, como em tantas e tantas mitologias, esse herói proporcionador do supremo bem do fogo não atuava em seu proveito, porque o grande Maui-Tiki-Tiki, uma vez que possuiu o segredo do fogo, cedeu-o generosamente aos seus companheiros os humanos.

Também se tem o grande Maui por divindade dos primeiros frutos nalgumas zonas da Polinésia e Micronésia. Na Nova Zelândia, para os maoris, Maui é a divindade que representa o Céu; nas ilhas Havai, Maui-Tiki-Tiki é o mesmo deus que Kanaroa, isto é, é o deus supremo do seu panteão, enquanto nas ilhas Tonga, ao noroeste da Nova Zelândia, Maui é somente um dos deuses simplesmente importantes do seu abigarrado olimpo local.

Mas também em Nova Zelândia, no Havai e nas Tonga, coincide-se em relacionar Maui, o pescador, com a origem da terra; firme, dado que nas três zonas, tão diversas, se fala do pescador Maui como do artífice desse prodígio que foi recuperar a terra seca e habitável das profundidades do mar. Noutras zonas da Austrália, como Queensland ou New South Wales, conta-se que Maui marcou de vermelho a cauda de um pássaro local, porque a ave quis roubar-lhe o fogo que ele tinha descoberto, que é uma lenda muito similar à que se conta dos pássaros e do fogo nas ilhas Havai.


A Ilha de Páscoa, no Extremo Oriental

A ilha de Páscoa, Rapa-Nui no seu toponímico original, marca o confim oriental da Oceania, numa longínqua avançada que se situa a mais de duas mil milhas marinhas da Polinésia Francesa, a mais de mil milhas de Pitcairn e a outras duas mil milhas da costa do Chile, país ao qual agora está adscrita, quase em zona de ninguém. Esta ilha, à parte das estupidezes extraterrestres que se tramaram a partir da surpreendente presença dos moais, as suas peculiares estátuas monolíticas, é também a amostra de que a separação implicou a perda da tradição original maori, embora se conserve grande parte do idioma primigênio na linguagem atual.

No caso concreto da ilha Rapa-Nui, também há que dizer que as sucessivas erupções dos seus três vulcões, que praticamente chegaram a acabar com quase toda a vida humana na sua superfície, são a causa deste esquecimento das tradições, junto com as mortíferas incursões de piratas e as não menos cruéis expedições a partir das costas americanas à procura de mais escravos para dotar de mão de obra barata as grandes plantações continentais, o que leva à perda da capacidade de compreensão e interpretação completa da linguagem autóctone dos pictogramas que se conservam nas escassas tabuinhas supervinientes, nas poucas rangorango não destruídas.

O que sim se mantém em parte é a lenda do rei Hotu Matua, de um ariki do desconhecido e longínquo reino de Hiva, que se viu obrigado a abandonar a sua terra quando as águas do mar circundante começaram todas a crescer, inundando pouco a pouco a ilha de Hiva, destruindo tudo com a sua imparável enchente, homens, animais e cultivos. Hotu Matua mandou um dos seus mais leais súbditos, o fiel Hau Maka, que realizasse uma viagem de exploração, submerso nos poderes de um sonho mágico, para encontrar uma nova terra para onde levar a parte do seu povo que pudesse salvar.

Hau Maka sonhou em primeiro lugar com os ilhéus que rodeiam Rapa-Nui, e deu-lhes os nomes dos netos que teria no futuro; de lá viu a ilha grande e para ela foi. Percorreu-a toda, pela costa e o interior, vendo as praias e subindo aos vulcões, pondo a todos os pontos o seu devido nome até Anakena, na costa do norte da ilha, como lugar de chegada para as canoas que tinham que vir trazer mais tarde toda a gente de Hiva que pudesse escapar da morte segura.


A Expedição a Rapa Nui

Despertado do seu sonho, Hau Maka comunica o conteúdo do mesmo ao ariki Hotu Matua; o rei, contente com a precisa mensagem onírica recebida por Hau Maka, ordena que sete homens saiam para a ilha para esperar nela a chegada do grosso da emigração que tem que conduzir mais tarde o araki. Saem então para a ilha salvadora de Rapa Nui os sete escolhidos: Ira, Raparenga, A-Huatava, Ku-uku-u, Nomona A-Huatava, Ringingi A Huatava, Uure A-Huatava e Makoi Ringingi A-Huatava.

Cumprindo o real mandato, os sete chegam à ilha indicada, mas o que vêem não lhes agrada, pois estão numa ilha arrasada pelos ventos, rodeados por fortes correntes circulares que não permitem a navegação para o mar aberto, numa má terra cheia de matagais e onde não parece possível cultivo algum. Após os sete anos dedicados à construção dos dois catamarans gigantes, chega, por fim, a Rapa Nui a expedição de Hiva, com o ariki Hotu Mútua, com a ariki Vakai, comandando de um catamaran.

No outro vai a sua irmã Ava Rei Pua, esposa do ariki Tuu-ko-Ihu. Em total são duzentos os passageiros das duas grandes embarcações, cem em cada uma delas. De terra, os sete da ilha tratam de avisar para que não se deixem levar pelas águas e saiam de lá, pois Rapa Nui não é um bom sítio para tentar continuar a vida.

Mas Hotu Matua responde que não há outra terra para eles senão essa ilha. E se separam as duas pirogas, para que cada uma chegue a Anakena a partir de um rumo diferente: Hotu Matua e a sua esposa Vakai fazem-no pelo este, a sua irmã Ava Rei Pua aproxima-se pelo oeste. As duas mulheres parem asim que pisam terra firme; Vakai teve um filho, a sua cunhada Ava Rei uma filha; a estirpe real foi a primeira em nascer na nova terra. Após o duplo nascimento, o rei e a sua comitiva plantaram as primeiras sementes, aquelas sementes trazidas da Polinésia e que dão forma a uma ilha de Hiva ressuscitada, apesar de que já não se pode sair de Rapa Nui e o povo de navegantes esquece a navegação e fica confinado no último canto do Pacífico.


Os Deuses de Rapa Nui e os Moais

No entanto, em todo este relato da saída do rei Hotu Matua (Matua significa pai) da ilha Hiva e a posterior chegada dos maoris a Rapa Nui, não há nenhuma explicação para os gigantescos moais, que nada significam para os atuais habitantes, nem como ídolos sagrados nem como estátuas de personagens históricos ou legendários respeitados, à parte do fato de comentar-se que antes de estes maoris chegarem, habitava a ilha a gente de orelhas largas, que o povo das orelhas curtas do araki Tuu-ko-Iho, o esposo de Ava Rei Pua, matou tentando explicar o seu desconhecimento sobre a origem dos moais, e a plausível versão da desaparição dos talhistas daqueles monólitos antropomórficos, dos quais só sabem que muitos estão abandonados nas canteiras das cimeiras, a meio talhar, sem que nenhum rapanuino tenha podido dar conta de quando nem de como se produziu tal interrupção na sua talha e posterior ereção nem a razão da sua presença nas ladeiras da ilha.

Quanto à mitologia da ilha de Páscoa, se menciona em primeiro lugar o deus-pássaro Makumaku, do qual há multidão de talhas antigas, seguramente da mesma época que a dos construtores de maois, nas rochas das montanhas vulcânicas da ilha: se fala da existência dos Aku-aku, os espíritos invisíveis que dão a chave das almas à população de origem maori; se pensa em outros deuses secundários, como são Hava, Hiro, Raraia Hoa e Tive, mas não existe uma doutrina sólida que una estes deuses e espíritos duma maneira coerente, nem sequer que possa estabelecer um nexo entre as esculturas e os povoadores atuais, dado que os nomes do mito que se mantiveram após a cristianização só são personificações animistas residuais que dão sentido a determinadas manifestações visíveis das forças mais temidas da natureza.


De Regresso à Austrália

Embora Austrália seja um continente-ilha duma enorme extensão, com quase oito milhões de quilômetros quadrados, a desertização do interior fez com que, desde tempo imemorial, os núcleos de população aborigem da Austrália se tenham dispersado nas mais férteis zonas costeiras; por essa razão, são muito diversos os desenvolvimentos mitológicos próprios, com influências exteriores ou sem elas.

Entre os deuses principais está Upulera, o Sol, mas nas tribos de Queensland diz-se que o Sol (que é feminino) foi criado pela Lua, e a tribo Arunta pensa que o Sol é uma mulher nascida da terra e que ascendeu ao céu com uma tocha, embora muitos grupos acreditem que o Sol saiu do interior de um grande ovo de emú lançado para o Céu, recebendo o deus do Céu advocacias como Koyan e Peiame. Como se pode ver, a Lua é uma divindade de mais categoria que o Sol, o seu criador em muitas ocasiões, e se dá bastante mais importância ao seu percurso noturno do que ao diurno do Sol.

Em Vitória, no sudoeste australiano, é o deus Pungil ou o seu filho Pallian, o criador do primeiro homem, que modelam, um ou outro, do barro, embora outras tribos do país falem do excremento dos animais como a base da sua criação, ou de homens feitos de pedras e mulheres feitas com a madeira dos arbustos, ou tiradas do fundo dum charco, com Pungil como pai dos homens e Pallian como pai das mulheres. Também se cita os irmãos gêmeos Inapertwa como os dois criadores dos primeiros seres humanos, sendo o deus Nurrudere o criador do Universo completo.

Em Queensland, no nordeste, Molonga é o nome dado ao demônio. O demônio Potoyam é outra das personificações do mal, sendo Wang o nome das almas sem corpo dos defuntos, enquanto Ingnas é o apelativo dado aos duendes e o de Kobone é o nome de um animal totêmico com poderes mágicos. Mas, como já se comentou antes, são as explicações animistas dos animais as que figuram no primeiro lugar da mitologia indígena australiana, com os pássaros ocupando, por sua vez, o degrau principal dos totens zoomórficos, sobretudo nas lendas relacionadas com o descobrimento do fogo, dado que são pássaros tão diferentes entre si como o corvo, a gralha, o falcão, o régulo, os que roubam, trazem ou conseguem diretamente com o seu esforço o primeiro brote da chama viva; mas também os pássaros são mensageiros do dia e da noite, da vida e da morte, pescadores e caçadores primigênios, e até uma grande ave terrestre, como é a avestruz australiana, o emú. É mãe involuntária do Sol, porque de um ovo seu saiu o astro-rei.


Nova Zelândia

Os maoris foram os mais combativos e aventureiros povoadores da área, emigrantes eternos dos mares da Oceania; com eles se estenderam também as suas divindades, sob a presidência do deus Tangaroa, que é o ser supremo e com a inevitável presença da divindade mais ubíqua, Maui, que é o deus do Céu e está acompanhado pela sua esposa Innanui. Nesse céu brilha Rona, o Sol do dia, e Moramá, a Lua da noite, embora exista Papa, a Mãe, que também representa a Lua, sendo então Rangi ou Raki, o seu companheiro e o deus do Céu para outros grupos da Nova Zelândia, para quem esta é a dualidade suprema. A raça humana começou com Oranova e Otaia, sendo Dopu, o filho de Otaia, o senhor das trevas.

No paraíso reina Higuleo e é Hne-Nui-Te-Po quem se encarrega de levar lá os espíritos dos humanos após a sua morte, porque é a deusa das almas, enquanto Tokai representa na terra o poder do fogo e o perigo dos vulcões, e no céu está Tawhaki, deus das nuvens e o trovão, um dos seis filhos de Papa e Rangi, e irmão de Tane Mahuta, que é uma divindade da selva.

Estes dois irmãos, fiéis aos seus pais, enfrentaram os outros quatro maiores, que queriam matar Papa e Rangi para que a luz do céu lhes chegasse a eles, e conseguiram o seu propósito, embora na briga, a fúria do combate arrastasse grande parte da superfície sob as águas do mar, por isso ficou tanta extensão de água e tão pouca de terra firme. Finalmente, os animais totémicos Kobong de Nova Zelanda cumprem a mesma função dos seus homônimos, os fetiches Kobone da Austrália.


A Polinésia Francesa

Em Taiti goza-se duma rica mitologia, com o casamento dos deuses Tane e Tarra como seres supremos e criadores de tudo o que existe no nosso Universo visível, incluídos os seres humanos, como também o são em partes da Nova Zelândia, onde Tane, criador da primeira mulher, teve com ela os humanos. Em Taiti, o divino casal está acompanhado na sua glória por outras deidades como são: Po, a noite; o deus Aie, representação do céu; Avié, divindade da água doce; Atié deidade do Mar, ou Malai, divindade do Vento.

No céu estão o luminoso Mahanna, o deus do Sol e as suas mulheres, como Topoharra, que também é a divindade das rochas, e Tanu. Mas há uma grande deusa, a deusa Pelé, a divindade do respeitado, por temível, interior dos vulcões, que tem na maligna divindade de Tama-Pua, o porco-homem, o seu inimigo mortal e eterno, embora Pelé conte com uma grande família de muitos irmãos e irmãs, tão vulcânicos como ela, sempre dispostos a ajudá-lo na sua luta.

Trata-se de irmãos como Kamo-Ho-Arii, o deus dos vapores vulcânicos; Tané-Heitre, o terrível bramido; Ta-Poha-I-Tahi, a explosão do vulcão; Te-ua-Te-Po, o da chuva noturna, e o furioso Teo-Ahitama-Taura, o filho da guerra que cospe fogo. As mais importantes irmãs da deusa Pelé são oito, desde as doces Ópio, a personificação da juventude, e Tereiia, a que faz as guirnaldas de flores, até Ta-bu-ena-ena, a personificação da montanha em chamas, passando por Hiata-Noho-Lani, a Mãe e Senhora do Céu, Taara-Mata, a deusa dos olhos brilhantes, Hi-te-Poi-a-Pelé, a que beija o seio de Pelé, Makoré-Wa-Wa-hi-aa, a dos olhos fulgurantes que envia a brisa para as pirogas, e Hiata-WawahiLani, a irmã que tem o poder de abrir os caminhos ao Sol e à Lua no céu e nas nuvens.


Outras Mitologias Insulares

Os criadores, nas ilhas Havai, são Haumea e Akea, com Kanaroa, outra das identidades do criador, como ser supremo, que também se conhece como o Maui Tikitiki que reina sobre tantas ilhas do Pacífico, embora também se pense que foram três os criadores do ser humano, os deuses Lono, Kane e Ku. Na ilha de Molokai, Karai-Pachoa é o deus do Mal, enquanto o seu oponente, Keoro-Eva, é o deus do Bem. O primeiro casal da Terra está formada por Rono, que também é o deus do Mar, e a sua esposa Haiki-Vani-Ari-Apouma.

No grupo de cento cinqüenta pequenas ilhas que formam o reino de Tonga, Kala-Futonga é a deusa criadora verdadeiramente aborigem, enquanto Maui e Tangaloa, adotados aqui como em tantas outras zonas de Oceania, são simplesmente divindades importantes do panteão local, mas sem chegarem a ser da entidade de Kala-Futonga, embora aqui também Maui seja o herói que pescou a terra firme do fundo do mar e proporcionou a sua morada aos humanos, embora fosse despedaçada em ilhas apartadas.

Junto deles estão Fenulonga, divindade da chuva: Tali-Ao-Tubo, da guerra; Alo-A-Io, divindade dos elementos da natureza; Futtafua e a sua esposa Falkava, divindades do mar, e os dois filhos de Tangaloa, Vaka-Ako-Uli e Tubo. Nas ilhas Fidji, como no grupo das Tonga, outra deusa, Viwa, é a criadora primordial do Universo e de tudo o que nele existe, incluídos os seres humanos, embora também esteja o deus criador Onden-Hi, e Naengei seja um deus supremo à parte. Junto deles estão Rua-Hata, divindade das águas e Rokowa, o ser legendário que se salvou do dilúvio. Finalmente, para ajudar os humanos no êxito dos seus cultivos está o deus Ratumaimbalu.



104ª Postagem ... Espero que vocês gostem!


Abençoado (a) Seja!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Leitura - Deusa Branwen

EU SOU A BELEZA DA TERRA VERDE
E DA LUA PRATEADA.
EU SOU A ALMA DA NATUREZA
QUE DÁ VIDA AO UNIVERSO.
DE MIM TODAS AS COISAS NASCEM
E ATÉ MIM TODAS RETORNARÃO.
SE VOCÊ QUISER ME CONHECER
TERÁ DE DESVENDAR MEUS MISTÉRIOS.
EU JÁ FUI O QUE VOCÊ É HOJE.
HOJE SOU O QUE VOCÊ
SERÁ AMANHÃ.
QUEM SOU?


Branwen é a deusa do amor e da beleza, similar a nossa tão conhecida Afrodite. É considerada a Vênus dos mares do norte. Ela é uma das três matriarcas da Grã-Bretanha, junto com Rhiannon e Arianrhod e a principal deusa de Avalon. Em algumas lendas arturianas, Branwen é considerada a Dama do Lago.

Também chamada de "seios brancos" ou "vaca prateada"está associada à Lua e à Noite. Foi cristianizada como Santa Brynwyn e é a Padroeira dos Namorados. Seus atributos mágicos são a inspiração, as novas idéias, a energia, a vitalidade e a liberdade. Na tradição Avalônica, Branwen corresponde ao espírito dos Elementais e é a incorporação da Terra.

Branwen era filha de Llyr, deus galês do mar. Tinha como irmãos Manawydan, o Manannan Mac Lir irlandês, e Bran o Bendito (rei de Gales).


O Pesadelo de Branwen

Foi concedida a mão de Branwen, por seu irmão Bran ao rei da Ywerddon, Irlanda, Matholwch, com o intuito de propor uma aliança entre os países. Uma grande festa foi organizada para celebrar tão grandioso acontecimento. Mas eis que surge Efnisien, um meio-irmão de Bran, que irritado por não ter sido consultado, mutila os cavalos de Matholwch. Este último, toma a atitude como um insulto grave e manda seus homens prepararem os navios para regressar à Irlanda. Bran intercede à tempo, oferecendo-lhe ricos presentes em prata e ouro para acalmá-lo. O novo casal parte então para Ywerddon e um ano após nasce Gwern. Porém, a pesar de tudo o rei permanecia irritado e verifica-se que a crise não tinha sido superada. A união do casal sempre ficou estremecida em virtude de vestígios de ressentimento.

Rumores do acontecido foi ouvido por seus súditos, que desaprovaram a atitude do rei. Cedendo aos seus conselhos, Matholwch resolveu vingar-se de Bran através de sua irmã. Sendo assim, expulsou-a do leito nupcial real mandando-a para a cozinha, onde além de ser obrigada a realizar duras tarefas era periodicamente maltratada a mando do marido.

Isto durou três anos. Neste período Branwen treinou um estorninho a falar e enviou-o à Gales. Desta forma, seu irmão Bran foi avisado de que ela corria perigo e necessitava de ajuda. O rei de Gales enfurecido, prepara seu exército e cruza o mar em direção de Ywerddon.

Na Irlanda uma aparição incomum: uma floresta materializou-se no mar. Matholwch, estarrecido com tal visão, chama Branwen. Ela lhe explica que tratava-se da Esquadra de seu irmão.

Em meio a um grande banquete onde Matholwch abdica seu trono ao seu filho Gwern, ainda criança. Neste exato momento, Efnisien e Bran junto com toda sua guarda chegam. Amigavelmente Efnisien, pede ao rei da Irlanda para abraçar o menino e obtêm o seu consentimento. Quando Gwern vai ao seu encontro, ele joga-o no fogo. Imediatamente o grande banquete torna-se uma batalha sangrenta. Após três dias o exército de Gales é vitorioso, mas o custo é altíssimo, pois seu exército fica reduzido à sete sobreviventes, entre os quais estava o irmão de Bran, Manawydan. Antes de morrer Bran ordena que seja decapitado e sua cabeça seja enterrada na Montanha Branca, em Londres, onde ficaria olhando em direção ao continente e protegeria seu país de invasões futuras.

Ao retornar, Branwen entra em profunda depressão e considera-se maldita por ter provocado tão horrendo conflito. Ela morre e seu corpo é enterrado às margens do rio Alaw, segundo a tradição, em Bedd Branwen, ou Tumba de Branwen. Os sobreviventes restantes seguem a esmo durante vários anos até conseguirem enterrar a cabeça mágica.

A Deusa Branwen deve ser invocada quando você necessitar começar um projeto novo, procura inspiração ou até se está para enfrentar alguma perda (separação, perda de emprego, morte de familiar).

Seus símbolos incluem o caldeirão, a Lua Prateada, o corvo branco, a pomba e o estorninho.

Branwen, a Vênus dos Celtas, regressa de seu exílio para reclamar uma sabedoria que foi relegada por muitos milênios. Esta Deusa aparece em nossas vidas para fortalecer a conexão com a nossa própria essência. A busca desta deusa nos ajuda a apreciar nosso próprio poder, habilidade e beleza. Honrar Branwen é celebrar com amor todos os momentos da nossa vida.

Reverenciar Branwen e seus princípios femininos nos põe em contato direto com a magia da natureza e de todas as criaturas.

Fonte: Avallonlist 



103ª Postagem ... Espero que vocês gostem!


Abençoado (a) Seja!

sábado, 19 de maio de 2012

Leitura - O que é Druidismo?

Autoria: Prof. Flávio Lins, diretor da Magus Magnus Magister

"Deixemos de lado os argumentos morais, complicados e subjetivos, e passemos aos assuntos objetivos e coerentes de nossa linha lógica de pensar que tão bem nos diferem..."

Os druidas formavam um grupo seleto de pesquisadores e buscadores da Verdade que se reuniam não em bosques, embaixo de árvores, ou dentro de cavernas escuras, úmidas e frias, como querem algumas mentes pouco inteligentes e muito imaginativas.

O grande problema é que aqueles que geralmente dizem "conhecer" o ensinamento druídico não se deram ao trabalho de pesquisar a fundo as obras que foram escritas a respeito deles. Na verdade, não estamos falando de um povo imaginário ou lendário, que viveu em uma terra mística ou lendária, mas de um grupo real, documentado e contemporâneo aos primeiros historiadores, que os viram, tocaram e falaram com eles, portanto é muito mais difícil que inventar, por isso é muito raro encontrar obras sérias contendo as suas histórias, lendas e rituais secretos.

Os druidas se reuniam em Colégios onde desenvolviam e preservavam conhecimentos que herdaram de uma raça anterior a nossa e muito mais avançada, que possuíam o controle total do que hoje chamamos infantilmente de Energia Telúrica, e preservado pelos orientais com o nome de Feng Shui, além de compreender o poder dos elementos. E teria dito Aristóteles, mentor de Alexandre, o Grande: - "Se pudesse escolher meus exércitos, eles seriam as pedras, os ventos, o fogo os mares..." E eles dominavam claramente estas forças da natureza não por aprendizado próprio, mas por herança, e isto não é lenda, os romanos e gregos registraram seu poder.

Caius Julius Caesar, ou Júlio César, se deu ao trabalho de registrar a história de sua guerra para conquistar a Gália (Portugal, Espanha, França, Holanda; norte da Itália, Romênia) e Bretanha (Inglaterra, Irlanda, Escócia) em sua obra "Comentários". Nela ele conta que, após várias derrotas em suas batalhas, percebeu que haviam os druidas guerreiros (onde o termo druidesa não cabe, já que após um rito específico haveria a perda de polaridade; então seria "o druida" ou "a druida"), e entre estes estrategistas havia mulheres, que oficiavam ritos, conheciam e controlavam as RUNAS, guerreavam e comandavam tribos; como é o caso de Beodica, que além de rainha, era druida, e de Morgana, que chegou ao cargo de Merlin da Bretanha, em circunstâncias especiais. Estes foram os estopins para a guerra entre o Império Romano expansionista patriarcal e a Céltica, um Império Dual, com igualdade de sexos, e que se expande através do conhecimento, da ordem e justiça social, como veremos, pois isso é dito não por fantasia ou outras formas fantásticas de informações comuns hoje em dia, mas de registros históricos públicos e testemunhas.

Em primeiro lugar as diferenças. O povo celta habitava as áreas acima mencionadas, mais a região Nórdica (Islândia, Noruega, Dinamarca, Finlândia e Suécia). Eram, segundo os romanos, um povo guerreiro por natureza e, segundo os gregos, eles não possuíam escravos, fato impar naquela época e não haviam analfabetos. Por que?

Por causa dos Druidas que eram os membros do Colégio, que eram Juizes, engenheiros, médicos professores, generais e etc...

O problema maior para os romanos foi o grau de sigilo da Ordem. E como eles conseguiam derrotar as legiões romanas? César registrou:

"...E existe um grupo de druidas que observavam e comandavam a batalha, então um grupo especial tinha a missão de matá-los, mas ao se aproximar para golpear, eles olhavam nos olhos do agressor e não diziam nada e caiam no chão sem reagir e sem expressar qualquer medo perante a morte, pois possuíam a concepção de que se encontrariam em outra vida...", tal era a certeza da reencarnação e em um conceito mais avançado conhecido como metempsicose.

As druidas deram trabalho aos romanos, pois além de guerreiras (que deram fama as Amazonas, que é um outro ramo de guerreiras-sacerdote), após a vitória Romana, criaram as Cones, e fizeram um ramo secreto conhecido como Wicca. Não estes grupos de desequilibradas que não entram em igrejas e tem medo de água benta. E aliás basta ver o filme real e sem fantasias "As Bruxas de Salem", que mostra que estas paranóicas nada tem a ver com as heroínas seguidoras da verdadeira Força Ying, chamada por elas de A Deusa.

E são consideradas heroínas, em segredo, e um dos motivos seria o seguinte: na Segunda Guerra elas ajudaram a impedir a invasão da Inglaterra pelos alemães. Os fatos narrados pertencem a arquivos não oficiais: "...E então elas se reuniram com sua rainha em sua ilha (...), localizada na Inglaterra e nas vésperas da ofensiva contra a grande Ilha, como elas a chamam, formaram um círculo com o número necessário de irmãs, e durante treze dias formaram uma força conhecida como egrégora através do cântico, cada uma não podendo largar a mão da outra, sem poder sair do círculo, para nada. As mais idosas e as menos capazes, caíam uma a uma e a medida que o círculo abria elas imediatamente davam as mãos para fechar. E uma disse: Perdemos muitas irmãs naqueles dias, mas continuaremos sempre a necessidade assim o exigir..."

Uma fórmula druida de limpeza de ambiente que não põe em perigo quem o faz, sem qualquer conhecimento ou verdadeira iniciação, é a seguinte:

"Para os casos de fraquezas, desânimos, depressões, choro, pesadelos:

Pegue oito espinhos de rosas vermelhas e os coloque dentro de seu perfume. Então o borrife nos lugares que você queira purificar e atrair superiores presenças equilibradoras.

A formula falada é:

UM ESPINHO QUANDO ESPETA
SURPREENDE QUEM NÃO SABIA.
ELE NÃO SÓ PROVOCA DOR,
ELE TAMBÉM CONDUZ A MAGIA.
E EM NOME DESSA MAGIA
EU DIGO AO ESPINHO:
"QUE ASSIM SEJA; E ASSIM SE FAÇA"

Esta é a fórmula falada para estes casos, mas porque o espinho?

E porque deve ser o perfume de seu uso pessoal?

Será que cada essência de magia possui uma formula falada diferente?

Entre os outros casos, a magia possui uma função dentro de um contexto, não é apenas exaltação de Ego de pessoas que não tem o que fazer, pois é na hora da necessidade que sabemos se este Conhecimento existe ou não.

Fonte: Avallonlist 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Leitura - Cadê as Bruxas?

Autoria: Vicentine

Hoje em dia sabemos das dificuldades das mulheres em aprender, por exemplo, Cabala pelas mãos da mística judaica, de uma vez que os Rabinos as consideram indignas deste conhecimento, baseados no princípio de que "os espíritos encarnados no feminino não evoluem".

Ou mesmo a participarem de diversos ritos, entre eles os maçônicos, salvo raras exceções, pois estes são essencialmente masculinos.

Na verdade, temos denunciado, porque consideramos isto uma arbitrariedade, na verdade um preconceito criminoso, que diversos segmentos religiosos, místicos, templários e afins, onde a mulher não participa diretamente nas decisões do movimento,e menos ainda de seus ritos mais profundos.

Entre estes estão:

- a Rosacrucianismo que tem um lider masculino, sempre.
- a Igreja Católica onde não há sacerdócio feminino, pela "lógica" de que Jesus tinha 12 apóstolos do sexo masculino;
- a Igreja Universal que não ordena mulheres, pois estas "são, apenas, companheiras fiéis dos homens";
- o Lamaísmo, os Congregados Cristãos, o Pró-Vida, os Protestantes, os Pentecostais de modo geral, são homens que dirigem.

Mulheres, quando aparecem, são em cargos secundários, inexpressivos.

O conhecimento oculto nestes sistemas restritos pertencem a uma cúpula, masculina, que não o dissemina às camadas de adeptos de um modo geral, onde as mulheres se encaixam.


As dúvidas

Se as mulheres, na Bíblia, são tidas como pessoas imundas, subservientes, seres de segunda geração que não tem direito ao conhecimento, como se portavam as mulheres de centenas de anos atrás, com dotes espirituais, com capacidade de mover o misterioso mundo dos espíritos?

De onde provinha esse conhecimento, se eram muito mais limitadas em seus acessos ao conhecimento até então restritos ao macho?

Manifestando a capacidade de manipular o insondável em tenra idade e com poucas oportunidades a escolas e aprendizados práticos, seus conhecimentos parecem vir de uma herança genética, gravados em um DNA espiritual ou numa memória imortal, que atravessavam os tempos explodindo em uma determinada pessoa, fosse ela homem ou mulher.

Por esta teoria se esclarece o acervo de sabedoria e a intuição profunda de Helena Petrovna Blavaskti, ou Joana D´arc, os quais nunca poderiam ter sido obtidos em uma única vida, considerando as limitações existentes.

Isto nos leva a contradizer tanto os adeptos da Cabala só para homens, bem como outros segmentos limitadores da presença e participação feminina nos ritos espirituais em toda a sua profundidade, que no processo de aprendizado o espírito tanto se manifesta no masculino como no feminino, e que suas experiências se somam num determinado Ser, sem levar em consideração a condição sexual.

Destas vivências, ou sequências de vidas, resultam um acervo espiritual numa determinada personalidade, em uma expressão de vida, de modo intuitivo, e que independe do corpo que a essência espiritual esteja usando, seja ele masculino, feminino ou mesmo uma combinação destes.

O Ser imortal, a mente/consciência que se expressa em diferentes corpos físicos, com sua bagagem de conhecimento adquirido ao longo de múltiplas vidas, prescinde de conceitos referentes ao corpo que utiliza.


Símbolos, somente

Porque não as vemos, em grande escala, em torno de uma fogueira, a dançar para os deuses, podemos pensar, então, que os tempos modernos aposentaram o Caldeirão e a Vassoura, mas nos enganamos.

Estes, longe de serem meros instrumentos de Magia, são na verdade, símbolos que identificam a verdadeira bruxa das incontáveis simuladoras de conhecimento.

São como o anel do doutor, a sensibilidade do terapeuta, a toga do Juiz: só são dignos dos mesmos os que de fato e de direito exercem com maestria suas profissões; claros indicadores de anos persistentes de estudo, cuja ausência caracteriza o charlatanismo.

Tanto o Caldeirão com a colher para mexer os ingredientes, como a Vassoura dividida em cabo e penugem, representam os opostos.

Na verdade, simbolizados no masculino e no feminino, representam as duas grandes leis da Natureza, expansão e contração, negativo e positivo, macho e fêmea.

Simbolicamente, a bruxa que tinha um caldeirão era capaz de manipular estes elementos e promover uma Alquimia, ou mudança, em sua própria vida.

Em ritos posteriores recebia uma Vassoura, que permitia varrer o lixo do seu Templo, representado no seu corpo e na sua mente, permitindo ao espirito apresentar-se em toda sua plenitude.

E voar, elevar-se às alturas espirituais não alcançadas pelo mortal comum, com seu conhecimento adquirido!

O fato de transformar seus algozes em sapos, representava seu potencial elevado de estar acima do ignóbil, mesquinho e vil; tanto é verdade que somente poderiam sair deste enclausuramento através da manifestação do amor, vindo de uma pessoa bela e jovial.

Pela transmutação dos baixos instintos, uma pessoa poderia se elevar as suas qualidades superiores. Quanta sabedoria nos ensinam os conceitos das Feiticeiras!!!


Sempre os preconceitos

Seus ritos de harmonização com a Lua, semelhantes aos ritos masculinos de adoração ao Sol, o Deus Rá, ou os ritos de adoração ao Falo como gerador de colheitas abundantes, não foram compreendidos.

Seus instrumentos simbólicos de trabalho, o Caldeirão e a Vassoura, semelhantes ao compasso e ao esquadro do Maçon; semelhantes à espada e o escudo dos Templários; semelhantes ao cálice e à hóstia dos esotéricos; semelhantes ao cajado e à serpente dos Magos masculinos; também não foram aceitos.

Retiradas do convívio familiar, expostas a execração pública, apedrejadas, tiveram um fim pouco digno de quem busca o crescimento pelos mesmos caminhos e meandros que os Bruxos, seus parceiros de jornada.

- Trabalhando, e dirigindo, os terreiros de Umbanda, os quais exigem pleno domínio dos diversos planos de existência em vista das forças ali manipuladas;

- Dentro do Espiritismo dinâmico, nos passes, nas sessões de cura e desobssessões, remexendo nos lixos acumulados pelas pessoas;

- E numa escala também considerável, essas antigas Feiticeiras orientando pessoas com seus oráculos; incrementando ritos de harmonização com os elementos da natureza; na busca de ajuda espiritual aos doentes do corpo e do espírito; em seus consultórios de Terapias Alternativas.

Nestes locais encontramos, hoje, as Bruxas que utilizavam o Caldeirão, as poções e a Vassoura, de antigamente!


Conceitos a serem modificados

Quem sabe o período dedicado as Bruxas, no misticismo Celta, no próximo dia 30/31 de outubro de 2000, nos traga uma compreensão maior de que estamos na contramão a respeito do feminino.

Que na verdade, o espírito quando num corpo de mulher é o único Ser Criador, de uma vez que é ele que concebe, transporta, alimenta, dá à luz e cria um novo ser.

E talvez até Deus assuma com isso uma nova conotação, deixando de ser somente o masculino que conhecemos até então, de uma vez que Sua característica maior é a Criação.

Na pior das hipóteses, sendo menos intolerantes, estaremos permitindo que as Feiticeiras e as Bruxas autênticas, do mundo contemporâneo, possam crescer e participar, das coisas que o clube dos preconceituosos as tomou para si.

Fonte: Avallonlist 



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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Leitura - Deusa Rhiannon

Oração à Rhiannon

CANTEM OS PÁSSAROS DE OURO.
TRAGAM ESPERANÇAS PARA AS ALMAS OCUPADAS.
CANTO EM HONRA A RHIANNON,
GRANDE RAINHA, DEUSA DO CAVALO.
QUE MINHA CARGA SEJA LEVE.
AJUDE-ME EM MINHAS AFLIÇÕES.
ONDE POSSA HAVER DÚVIDA,
SEMEIE A VERDADE.
FAÇA COM QUE A CRISE
ENCONTRE O SEU FIM.
DIRIJA TODOS PASSOS DE NOSSA VIDA,
MÃE DA FERTILIDADE E DA MORTE,
NOS TRAGA A PAZ.
QUE ESTA CANÇÃO LHE SEJA DOCE.
CONFORTE MINHA ALMA,
QUE MINHA PENA SEJA BREVE
E QUE MEU CORAÇÃO PERMANEÇA INTEIRO.


A Deusa-cavalo galesa do Inferno, Rigatona ou Ringatona (Itália), Epona (Gália), Bubona (Escócia), Grande Deusa Branca eram alguns dos nomes originais de Rhiannon. É também conhecida como a deusa dos pássaros, dos encantamentos, da fertilidade e do submundo. Ela se identifica com a noite, a emoção, o sangue, a lua, o drama.

Rhiannon é a donzela saída do inframundo neste aspecto, relaciona-se com a deusa Perséfone. Sua iconografia vincula-se ao simbolismo eqüino. Andava em um cavalo branco, vestida com um manto de penas de cisnes, sempre acompanhada por seus pássaros mágicos. Ela é venerada na Irlanda, no País de Gales, na Gália (Epona), mas também aparece na Iugoslávia, África do Norte e Roma.

Algumas imagens de Rhiannon, onde ela se apresenta com cestas de frutos e flores, nos remetem ao simbolismo da fertilidade e abundância da terra. Parece que realmente sempre houve sua associação com as Deusas-Mães.

Há muitas histórias sobre Rhiannon. A história contada a seguir é uma entre tantas.

Rhiannon era uma deusa galesa da morte, filha de Hefaidd, Senhor do Outro Mundo. Vivia sempre acompanhada por três pássaros mágicos, que podiam encantar os vivos e acordar os mortos.

Rhiannon, por possuir rara beleza, tinha muitos pretendentes, incluindo Pwyll, um mortal, que era rei de Dyfed, assim como Gwalw, um deus de menor importância, filho de Clud. Gwalw, havia lhe proposto uma união, mas seu desejo foi casar-se com Pwyll. Ao ter conhecimento do desprezo de Rhiannon por Gwalw e sua união com Pwyll, seu pai lançou-lhe uma maldição, tornando-a estéril. Ela desgraçadamente não podia ser mãe. Os amigos de Pwyll tentaram então, a convencê-lo a tomar outra esposa, desde que Rhiannon era estéril e não poderia lhe dar um herdeiro. Mas o rei recusou, pois alegou amar sua esposa.

Rhiannon, desesperada, utiliza-se da magia para conseguir engravidar e deu a luz a um filho, o herdeiro para o rei. Mas pouco depois do nascimento, o menino é raptado. As donzelas responsáveis por cuidar dele, com medo de serem acusadas pelo seu desaparecimento, mataram alguns pássaros, esfregaram o sangue dos animais no rosto e nas vestes de Rhiannon, acusando-a de ter devorado o filho. Foi quando Pwyll estabeleceu um castigo para o seu alegado crime, transformou-a simbolicamente em um cavalo e deveria carregar todos os hóspedes do marido nas costas.

Decorridos sete anos, o deus Teyrnon encontrou um menino, que imediatamente reconheceu como filho de Pwyll e Rhiannon. Transportou-o de volta ao seio da família, que acabou por descobrir que o seqüestrador tinha sido Gwalw, que agira desta forma para vingar-se.

Esta lenda nos demonstra que, muito embora Rhiannon tenha passado por dificuldades e sofrimentos, separação e perda e mesmo depois de ter sido acusada e castigada injustamente, não perdeu sua dignidade e honra. Ela nos revela neste episódio a sua grandeza interior, não tão somente como uma grande deusa, mas como uma fortaleza de mulher.

Rhiannon, representa a Mãe da Consolação, que dedica-se e ama às crianças. Podemos identificá-la nas mulheres do nosso dia-a-dia. São na maioria mulheres fortes e lutadoras, como também sobreviventes da violência doméstica.

Esta deusa é também o arquétipo da Senhora Godiva, uma mulher que monta nua coberta somente com um véu um cavalo branco. Rhiannon dos pássaros, da égua branca do mar é a deusa donzela do amor sexual. Ela é virgem significando que é completa em si. A "Donzela" é a face mais jovem da deusa, relacionado com os descobrimentos e aspectos mais criativos da nossa personalidade. É pura inocência e despreocupação, é alegria de viver. Se associa também com a primavera que celebramos durante o Festival de Ostara.



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terça-feira, 15 de maio de 2012

Leitura - O Oráculo das Amazonas

Em torno de 400 a 600 anos atrás, existiu na região Amazônica, próximo às cabeceiras do rio Jamundá, um reino formado somente de mulheres guerreiras, conhecidas como Icamiabas. Elas viviam completamente isoladas, só mantendo contatos esporádicos com homens.

Em certas épocas do ano estas mulheres belas e guerreiras celebravam suas vitórias sobre o sexo oposto. Neste dia, uma grande festividade era organizada e elas desciam do monte onde viviam até o lago sagrado denominado "Yaci Uarua" (Espelho da Lua).

Durante à noite, quando a Lua deitava sobre o espelho d'água, as Amazonas mergulhavam nela com seus corpos fortes e morenos. Após este ritual de purificação e limpeza, estas deusas da Lua clamavam pela mãe do Muiraquitã. Os estudiosos folcloristas identificaram esta entidade como uma fada, mas ela também cabe na classificação de Grande Mãe. Era ela que entregava a cada uma daquelas mulheres uma pedra da cor verde (jade), denominada de "Muiraquitã", onde encontravam-se esculpidos estranhos símbolos. Cada nativa trazia em seu pescoço seu talismã propiciatório de proteção material e espiritual. Mas elas também os presenteavam àqueles que seriam os futuros pais de seus filhos. Estes homens eram selecionados para fecundá-las e depois eram mantidas vivas as meninas, que mantinham a continuidade da casta matriarcal das mulheres guerreiras.

As Amazonas foram vistas pela primeira vez pelo padre espanhol Gaspar de Carvajal, cronista da expedição de Francisco de Orellana. Tal encontro ocorreu no lugar exato onde o rio Negro encontra-se com o Amazonas e não foi muito atraente a estada para estes exploradores. Ao chegarem a aldeia das índias, constataram que no centro de uma praça erigia-se um ídolo, que era o símbolo de uma poderosa Senhora, Rainha de uma grande nação de mulheres guerreiras. Uma dúzia de guerreiras investiram contra os espanhóis e tiraram a vida de vários indígenas que os acompanhavam. Carvajal as descrevia como sendo mulheres altas, belas, fortes, de longos cabelos negros, tez clara e que andavam totalmente despidas, com arcos e flechas e guerreavam como dez índios.

Esta descrição nos remete à um coração de uma caçadora também solitária, Ártemis. Estas mulheres índias representam o arquétipo mais puro e primitivo da feminilidade. Foram deusas nativas que santificavam a solidão, a vida natural e primitiva a qual todos nós podemos retornar quando acharmos necessário a busca de nós mesmos. Como Ártemis, elas possuem um amor intenso pela liberdade, pela independência e pela autonomia. Um amor que pode transparecer como agressão, pois elas sempre irão lutar para preservar sua liberdade.


Buscas Arqueológicas

Dezenas de buscas arqueológicas sucederam-se no Brasil, mas é somente na Região Norte que os guerreiros nórdicos voltam à vida e a história.

Em torno de 1871, João Barbosa Rodrigues, um naturalista, foi designado pelo Império para explorar as imediações dos rios Tapajós, Trombetas e Jamundá. Ele recolheu amostras vegetais e catalogou dados etnográficos, retornando a capital no ano de 1875, publicando em seguida, seus estudos.

A região do rio Jamundá foi escolhida por ser o local onde se presumia ser o habitat das míticas guerreiras amazonas. Nas proximidades da cidade de Óbidos, Rodrigues encontrou vestígios de uma antiga aldeia indígena, que suspeitou ser a tribo da qual as amazonas faziam parte. À medida que dava prosseguimento às escavações, mais aumentavam suas esperanças. Surgiram um grande número de cerâmicas quebradas e machados. Imediatamente Rodrigues reconheceu que os fragmentos desenterrados eram bem semelhantes aos já encontrados no Peru e na Escandinávia. Tudo indica que realmente existiu um elo de ligação entre a Europa e o Brasil e, existiu um povo mais civilizado do que se suponha, habitando estas paragens. Entre eles estavam as nossas amazonas.

Os Muiraquitãs

Os muiraquitãs têm formas e tamanhos variados, mas geralmente não passam de dez centímetros. São talhados em pedras de cor verde ou azulada (nefrita, jadeíta ou amazonita) e se apresentam normalmente sob a forma de batráquios e felinos. Alguns destes ídolos possuem um orifício, que possivelmente seja para passar um cordão e pendurá-lo no pescoço. Há quem diga que tal perfuração também podia indicar a condição do feminino, estabelecendo assim uma associação direta com a lua.

Hoje, muito poucos originais muiraquitãs existem no Brasil, a maioria foi roubada, comprada ou traficada. O seu maior poder reside em suas propriedades medicinais e na capacidade de predizer o futuro. Alguns habitantes da Amazônia que os conservam afirmam que é necessário aproximar-se das margens de um rio ou lago numa noite de lua cheia para despertar os poderes deste fabuloso talismã. O ídolo deve permanecer por longo tempo submergido em água e, em seguida, colocado pelo devoto sobre sua testa. Os muiriquitãs arredondados são específicos para as mulheres, enquanto que os maiores e mais longos devem ser usados pelos homens. Existem também aqueles que apresentam cabeça de felinos, que são apropriados para os varões e, são usados mais para saber o futuro sentimental ou sexual, pois o simbolismo da onça nos remete à fecundidade e ao poder masculino.

O talismã de cor esverdeada mostra o futuro amoroso, enquanto que os azulados são propícios para desvendar o futuro econômico e material. Quando mais polida for a superfície do amuleto, melhor é para visualizar as previsões. Muitas pessoas utilizam glifos da região amazônica para suas adivinhações. Mas estas inscrições pré-históricas devem ter a forma e simbologia dos muiraquitãs.

As pessoas que desvendam estes segredos costumam aproximar sua testa destes símbolos de pedra e formulam, então, as perguntas que dizem respeito a seu futuro, para que a pedra sagrada possa revelá-lo. Comenta-se que para empreender esta tarefa é necessário jejum e abstinência sexual, ou até mesmo ingerir uma infusão de guaraná.

Recentemente, mulheres descendentes das Amazonas começaram a esculpir em pequenas pedras o muiraquitã, com o objetivo de resgatar a cultura, tradição e poderes. Elas só podem ser talhadas em noite de lua cheia e somente elas podem utilizá-los.


"Ainda hoje, para muitos, o muiraquitã é uma pedra sagrada, - escreve Barbosa Rodrigues - tanto que o indivíduo que o traz no pescoço, entrando em casa de algum tapuio, se disser: muyrakitan katu, é logo muito bem recebido, respeitado e consegue tudo o que quer." (ORICO, Osvaldo) 



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